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Bordados, memórias e amizades reunidos na mesma exposição

A Universidade Aberta à Terceira Idade está com trabalho dos alunos à mostra no Museu do Doce até quarta

Jô Folha -

Amor. A palavra estampada em tantos bordados reflete o espírito dos alunos dos cursos de Memória e Museus e Bordando a Vida, ambos do programa Universidade Aberta à Terceira Idade (Unati). Em exposição aberta até a próxima quarta-feira (20), no Museu do Doce, os idosos exibem os trabalhos realizados ao longo deste semestre letivo. Além de linhas e tecidos, muito companheirismo e fraternidade marcaram as tardes dos quase 20 alunos.

O projeto de extensão da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) iniciou em 2016 e conta com professores e alunos bolsistas. Uma dessas estudantes é Jéssica Faria, do curso de Turismo. No ano passado ela participava de outro projeto de extensão, voltado a crianças. Em uma das atividades conheceu o Unati e se apaixonou pela iniciativa. A conquista da bolsa trouxe outro sentido a sua vida, que deixou sua cidade natal para estudar em Pelotas. “Eles são a minha família. Sou muito grata por ter a oportunidade de estar com eles”, fala.

Para os alunos, as aulas são momentos de fazer novas amizades e aprender. Edi Treptow, 71, participou desta e de outras edições do Unati e comemora as descobertas. “Até filosofia, que eu nunca tinha visto na vida, eu aprendi”, conta. As oportunidades de socialização também foram destacadas como pontos positivos do projeto. A companheira de turma, Maria Enilda Oliveira, 68, caracteriza o Unati como uma oportunidade para deixar os problemas de lado.

Único homem a concluir o curso, Gilberto Brito, 67, ingressou nas aulas quase sem querer. Quando se inscreveu no Unati, a intenção era conquistar uma vaga na turma de dança. Mas elas já estavam esgotadas e havia espaço apenas nos cursos Memória e Museus e Bordando a Vida. “Tudo o que aprendemos é válido”, acredita. Com novos amigos e conhecimentos na bagagem, já prepara-se para tentar uma vaga na próxima edição do projeto.

Relação com a comunidade
A atividade também é gratificante às professoras. Carla Gastaud ministra a disciplina de Memória e Museus, um curso que oferece teoria, discussões e visitas. Ela classifica a oportunidade como essencial tanto aos idosos quando à UFPel, que amplia sua relação com a comunidade. A aula conta com o auxílio de alunos da Museologia, pois se trata de uma extensão do curso.

O curso Bordando a Vida, em especial, foi um desafio aos alunos. A maior parte deles não dominava a técnica no início do semestre letivo, conta Maria Antonieta Dall’Igna, professora. Durante o curso, a docente percebeu uma ajuda mútua entre os colegas. “No fim, todos aprenderam a bordar”, comemora. O clima fraterno da turma também surpreendeu Maria Antonieta. Ela considera a iniciativa de agregar os idosos à comunidade acadêmica como uma oportunidade para abrir as portas a essa faixa etária. “Eles demonstraram muita disponibilidade e vontade de aprender”, avalia.

O Universidade Aberta à Terceira Idade é um projeto de extensão da UFPel. No início de cada semestre letivo da universidade alguns professores são convidados a montar cursos e ministrá-los aos alunos, todos com mais de 60 anos. A próxima edição do projeto está confirmada, mas ainda não se sabe quais cursos serão disponibilizados nem quando irão abrir as inscrições. A exposição dos bordados começou na quinta-feira e vai até a próxima quarta-feira, no Museu do Doce (praça Coronel Pedro Osório, Casarão 8). Fica aberta todos os dias - exceto segunda-feira -, das 14h às 18h.

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